O número de pacientes cadastrados para importação de canabidiol (CBD) triplicou desde 2015, quando a regulamentação foi aprovada no Brasil. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), até o último dia 17 de maio, 1.470 novas pessoas fizeram pedidos para o uso da substância em tratamentos médicos. Se o ritmo de pedidos seguir assim até o final deste ano, a quantidade deve superar a de 2018.
Ao todo, 6.530 pacientes se cadastraram para a importação. Esses pacientes já realizaram 9.720 pedidos de autorização para compra. A regulamentação sobre o uso da cannabis medicinal no país começou com a publicação da resolução RDC17/2015, que liberou a importação do CBD para consumo próprio.
No mesmo ano, a Anvisa retirou a substância da lista de proibidas e registrou o primeiro medicamento de cannabis no Brasil, o Mevatyl, recomendado para o tratamento de espasticidade associada à esclerose múltipla.
O neurologista Luis Caboclo, do Hospital Israelita Albert Einstein, é especialista no tratamento de epilepsia – a principal doenças com uso recomendado dos medicamentos com CBD. Ele atende atualmente 10 pacientes que usam a substância.
Segundo ele, esse aumento no uso a partir de 2017 está de acordo com a criação de um formulário que facilitou o processo de pedido, e também com a liberação para todas as faixas etárias. Uma das coisas que ainda não melhorou, no entanto, é o preço da importação. O tratamento para a epilepsia fica por volta de R$ 1 mil por mês.
“Tem uma certa burocracia envolvida. A família do paciente tem que preencher um formulário na internet, no site da Anvisa, precisa de um relatório médico, precisa da receita médica, mas só na primeira vez que é feito todo esse cadastro”, disse Caboclo. Ele diz que o processo todo leva de 1 a 2 semanas.
O neurologista explica que alguns detalhes são importantes: somente pacientes que já tentaram outros tipos de tratamento podem entrar com o pedido. Além disso, as doenças com mais estudos científicos e comprovação são a epilepsia e a esclerose múltipla. Alzheimer e insônia estão no radar, mas ele acredita que é necessário o acesso a mais evidências e pesquisas.
Fonte: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude
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